Toda vez que finda uma corrida procuro abordar um tema que mais me chamou a atenção sobre ela, na penúltima prova discorri sobre a cruel pane sofrida por Massa a três voltas do fim. Para o GP DE VALÊNCIA resolvi abordar um tema que serve de mote para vários circuitos ao redor do mundo: O IMENSO DESRESPEITO DISPENSADO AOS FÃS DA FÓRMULA 1 QUE VÃO AOS AUTÓDROMOS.
A foto aí de cima serve para ilustrar a visão "privilegiada" que muitos dos ocupantes dos assentos do início da ponte e do final da grande reta tiveram da corrida. É isso mesmo: o público que chegou a pagar 420 euros pelo ingresso nesses locais tiveram como visão um imenso MURO construído próximo às arquibancadas, fato que gerou um imenso protesto - abafado pela polícia local - e o seguinte pedido formal de desculpas do Sr. Jorge Martinez Aspar (presidente da organizadora do evento denominada Valmor Sports):
" Gostaríamos realmente que os espectadores que tiveram problemas nos perdoassem. Tivemos pequenas falhas. É óbvio que para o próximo ano nós queremos melhorar a situação, mas, mesmo assim, ficamos satisfeitos com o que apresentamos."
Essa declaração aí é piada ou o quê? Ficaram satisfeitos??? Deixando o público assistir "um lindo muro" e apenas ouvindo o som dos carros...
Meus caros, é muita falta de respeito, muita desconsideração para quem dispende muito dinheiro na esperança de assistir um espetáculo, que em sua maioria das vezes tem sido super monótono e previsível. Esse é um fato que ilustra de forma grotesca muitos dos circuitos ao redor do mundo e que constam no calendário da Fórmula 1. Vou falar de um autódromo específico, que conhecemos muito bem: INTERLAGOS. O circuito paulista é um dos maiores exemplos dessa falta de respeito com seu público, pois abriga seus espectadores oferecendo arcaicas arquibancadas de alvenaria - até estádios de futebol já possuem cadeiras - e estruturas metálicas montadas no setor G onde o sofrido fã brasileiro senta em "confortabilíssimas" ripas de madeira. Isso sem falar no horário que somos obrigados a chegar no autódromo... diferentemente de estádios organizados, de nada valeu o sistema criado de numeração para os assentos, já que os madrugadores tomam de assalto os lugares melhores sem respeitar numeração e como sempre estão em bando você se sente acuado para poder fazer valer o seu direito, e como não há fiscalização nenhuma adivinha o que você tem que fazer para pegar um lugar razoável? MADRUGAR... é claro e ficar lá esperando horas a fio para a corrida começar escutando as mesmas gracinhas de vinte anos atrás, sempre os mesmos gaiatos gritando: - "SÓCIOOOOOOO..." toda vez que passa uma mulher bonita acompanhada.
Tudo isso seria bastante plausível e bastante suportável se o valor dos ingressos fossem condizentes com a péssima infra-estrutrura oferecida. Mas o que dizer quando você constata que com valor de um simples ingresso para esta verdadeira estrutura de futebol de várzea você pode comprar um belo pacote turístico para - por exemplo - passar uma semana na belíssima serra gaúcha com tudo incluso (passagens aéreas, hotel de luxo e passeios diversos)?
É por essas e outras que decidi não ir mais a autódromos, pelo menos até quando passarmos a ser mais respeitados. Não faço isso por protesto - mesmo porque ninguém iria notar minha ausência mesmo - e nem desencorajo ninguém a ir, pois ver os melhores bólidos que a mente humana é capaz de produzir é ainda uma sensação única, desde que você esteja preparado para passar pelas inúmeras agruras descritas. Mas clamo - e aproveito o absurdo ocorrido em Valência - por uma melhoria geral no trato com os fãs da Fórmula 1. Afinal de contas, de onde vem a fonte de renda dessa verdadeira máquina de gastar dinheiro?
Tudo isso seria bastante plausível e bastante suportável se o valor dos ingressos fossem condizentes com a péssima infra-estrutrura oferecida. Mas o que dizer quando você constata que com valor de um simples ingresso para esta verdadeira estrutura de futebol de várzea você pode comprar um belo pacote turístico para - por exemplo - passar uma semana na belíssima serra gaúcha com tudo incluso (passagens aéreas, hotel de luxo e passeios diversos)?
É por essas e outras que decidi não ir mais a autódromos, pelo menos até quando passarmos a ser mais respeitados. Não faço isso por protesto - mesmo porque ninguém iria notar minha ausência mesmo - e nem desencorajo ninguém a ir, pois ver os melhores bólidos que a mente humana é capaz de produzir é ainda uma sensação única, desde que você esteja preparado para passar pelas inúmeras agruras descritas. Mas clamo - e aproveito o absurdo ocorrido em Valência - por uma melhoria geral no trato com os fãs da Fórmula 1. Afinal de contas, de onde vem a fonte de renda dessa verdadeira máquina de gastar dinheiro?