sábado, 30 de agosto de 2008

Guia do Colecionador 1 - Os carros campeões do mundo de Fórmula 1 da década de 1950 disponíveis na escala 1/18 - PARTE II

Contrariando minha idéia inicial de fazer desta segunda parte a final para as miniaturas de campeões mundiais em 1/18 da década de 1950, preferi mudar de estratégia e trarei nesta segunda parte apenas os modelos com os quais o grande JUAN MANUEL FANGIO sagrou-se campeão nos anos de 1954 e 1955 por motivos de - novamente - tamanho do post, o problema é que miniaturas da CMC (fábrica que manufaturou as miniaturas destes anos) são extramemente detalhadas, o que exige uma longa descrição de suas partes constituintes. Vamos aos modelos então, que é o que realmente interessa (não se esqueçam que as numerações abaixo referem-se ao número ordinal das miniaturas campeãs dispostas em ordem cronológica):


3 - 1954/1955

CAMPEÃO DO MUNDO: JUAN MANUEL FANGIO
CARRO: MERCEDES-BENZ W196 MONOPOSTO
MINIATURA: CMC


Para começar, atentem para uma pequena diferença sobre a relação miniatura/ano do título que representa, nesta miniatura: esta Mercedes - diferentemente dos carros anteriores - foi utilizada em dois anos consecutivos, podendo representar tanto o ano de 1954 quanto o de 1955. E a peculiaridade desse W196 - batizada de FLECHA DE PRATA - da Mercedes-Benz não para por aí, existe uma outra versão do carro que também foi usada no referido biênio: a W196 R STREAMLINER. As duas versões são bem distintas uma da outra em termos de aerodinâmica do seu chassi: o monoposto seguia o padrão normal de um Fórmula 1 da década de 1950 e a Streamliner apresentava as RODAS COBERTAS !!! Isso foi possível graças ao maleável regulamento técnico vigente na época, e a escolha do tipo de chassi a ser usado se dava da seguinte maneira:

- Monoposto (rodas descobertas): usado em circuitos travados, por apresentar maior eficiência onde havia predominância de curvas de baixa e média velocidade e onde era necessário usar mais os freios.

- Streamliner (rodas cobertas): especialista nos circuitos de alta velocidade pois sua carroceria coberta apresentava menor resistência ao ar.

O motor de ambas as versões porém era o mesmo, um 8 cilindros em linha, com capacidade de 2.496cc e que atingia 260 HP de potência, chegando a 8.500RPM em 1954 (em 1955 sua potência ampliou-se para 290 HP). O motor das flechas de prata foram extremamente inovadores pois foram os primeiros a utilizar um sistema de injeção eletrônica e um comando desmodrônico de válvulas.
Apresentação feita, vamos ao que interessa:

A CMC produziu duas versões do W196 Monoposto, a única diferença entre elas é a presença do número e de pequenas bandeiras argentinas conforme vocês podem conferir nas fotos comparativas, sendo a versão lisa bem mais fácil de ser encontrada e ambas versões NÃO POSSUEM A FIGURA DO PILOTO. A miniatura é rica em detalhes, mas em se tratando de uma CMC, deixa um pouco a desejar. Não apresenta muitas partes removíveis como é de praxe nos modelos da marca, na verdade a única parte móvel do carro é sua tampa do motor, que apesar de removível não vem com aquele jogo de presilhas descritas no post anterior da série para os carros da Ferrari 500F2, a tampa simplesmente se encaixa sobre o chassi. Mas não é só esse detalhe que nos leva a classificar a miniatura como pouco requintada, a miniatura apresenta ainda os seguintes pontos negativos:

- motor muito pouco detalhado, não chegando nem perto do padrão de excelência atingido em outros modelos lançados pela marca;

- cockpit pobre, com instrumentos do painel pintados de forma simplória apesar de estar envolvidos com belos aros de metal, volante de estética apenas razoável e ausência total de representação dos pedais. O que se pode destacar no habitáculo do piloto é o lindo banco de tecido xadrez que mistura as cores azul-escuro, vinho e branco;

- aberturas de tanque de combustível, tampa do reservatório de óleo e entradas de ar à frente do cockpit FIXAS;

- símbolo da Mercedes-Benz no bico - a famosa estrela - feita de plástico cromado e não de metal;

Apesar de apresentar estas simplórias partes componentes, a mininatura recebeu os prêmios de MINIATURE OF THE YEAR de 1998 e 1999. E eis aqui o motivo de considerarmos uma miniatura premiada como simples hoje em dia: o ano em que foi manufaturada, 1998. Há dez anos atrás as miniaturas não apresentavam o imenso grau de sofisticação verificado atualmente e isto demonstra a grande evolução que as fábricas tem atingido com o passar dos tempos. E para dar crédito aos prêmios recebidos, verifiquemos os pontos positivos deste modelo:

- pintura lindíssima polida a mão;

- rodas constituídas de 48 feixes individualmente manufaturados, formando dois conjuntos de feixes raiados para cada roda, um externo e outro externo;

- alto requinte do conjunto de escapamentos situados na lateral direita do carro, de um tubo situado na traseira do carro - que tinha a função de receber o motor de arranque externo para dar partida - e das aletas laterais que servem para proteger o piloto da sujeira projetada pelas rodas dianteiras (muitos acreditam que essas aletas teriam função aerodinâmica);

- grades dianteiras de metal perfeitamente confeccionadas à frente das entradas de ar;

- ampla abertura inferior que permite a perfeita visualização das porcões inferiores de várias partes internas do carro, inclusive o motor;

Há que se concluir, finalmente, que a versão Monoposto da Mercedes W196 trata-se de um "primo pobre" dos modelos da CMC, fato corroborado pela constatação de que a miniatura foi montada por "apenas" 180 partes fundamentais...o que é pouco frente das mais de mil partes componentes que formam uma miniatura atual, mas que não é um modelo ruim, pelo contrário é muito bonito e vale a pena ter na coleção.


*Dica do blog: Se você não conseguir achar para comprar a versão completa de corrida deste modelo que é muito rara e pertencente a uma edição limitada a mil exemplares, compre a versão lisa - relativamente fácil de ser encontrada - e contrate o serviço de um modelista profissional e experiente para confeccionar os números para aplicar na miniatura. MAS ATENÇÃO: ESTE MODELO APRESENTA TAMBÉM DUAS BANDEIRINHAS ARGENTINAS SITUADAS ATRÁS DO COCKPIT DO PILOTO - UMA DE CADA LADO - PRÓXIMO À ABERTURA DO TANQUE DE GASOLINA (visualize-a na foto clicando nela para aumentá-la), não deixe de adicioná-las para que seu modelo fique fiel ao original. Outra coisa muito importante com relação a essa miniatura é sua forma de preservação, evite deixá-la exposta ao ar livre pois sua pintura é muito sensível e sofre corrosão pela umidade, MELHOR ACONDICIONÁ-LA EM UMA VITRINE HERMETICAMENTE VEDADA.




4 - 1954/1955


CAMPEÃO: JUAN MANUEL FANGIO
CARRO: MERCEDES BENZ W196 R STREAMLINER
MINIATURA: CMC



Como a apresentação deste carro já foi devidamente feita acima, vamos diretamente para as características da miniatura. A W196R STREAMLINER - diferentemente de sua versão monoposto - é uma miniatura manufaturada recentemente e constitui um marco no colecionismo de diecast na escala 1/18 devido à sua impressionante riqueza de detalhes de suas incríveis 1.100 partes constituintes FEITAS A MÃO. Essa miniatura sensacional tem apenas um ponto em comum com sua "irmã" de rodas descobertas: o fato de ter sido lançada em duas versões e apresentar como única diferença a presença de números em sua carenagem e - a exemplo da outra versão - NÃO POSSUEM FIGURAS DO PILOTO, a versão numerada é raríssima sendo considerada por muitos o diecast de Fórmula 1 mais difícil de ser encontrado. De resto essa miniatura não tem muito a ver com o modelo monoposto, pois seu requinte pode ser observado em diversos detalhes extremamente bem trabalhados:

- o cockpit apresenta todas suas partes componentes como alavanca de câmbio, pedaleira e - acredite - até alavancas diversas que servem para abrir dutos de ventilação para o habitáculo do piloto e para o radiador situado no bico do carro (lá está localizada uma grade que se abre quando o carro está parado para ventilar melhor o radiador). O volante é de um detalhamento estético fabuloso acompanhado de um painel muito bem planejado que contém todos os seus mostradores visíveis. O banco do carro além de apresentar o mesmo lindo desenho em xadrez verificado na versão monoposto é todo margeado por uma linda faixa vermelha feita em couro legítimo. E, por fim, um detalhe magnífico: os retrovisores possuem espelhos verdadeiros;

- as rodas, já muito complexas no modelo monoposto, atingem seu auge na versão streamliner pois seus raios são formados por 72 feixes construídos manualmente, um a um;

- canos de descarga reais de metal e não de plástico cromado;

- motor extremamente detalhado onde pode ser observado inclusive os cabos de cobre componentes do inovador sistema de injeção eletrônica;

Mas agora, vamos à parte mais sensacional do modelo, suas incríveis partes removíveis:

- tampa do motor: o capô pode ser aberto da mesma forma que se faz com um carro de rua, onde a tampa pode ficar suspensa sendo sustentada por uma barra articulada;

- grade frontal pode ser parcialmente aberta, o que permitia uma maior ventilação ao radiador quando o carro estava parado (como relatei acima, há uma alavanca no cockpit que comanda a abertura e o fechamento dessa grade);

- dutos de ventilação para o habitáculo do piloto situados logo à frente do cockpit cuja abertura e fechamento - a exemplo da grade frontal - é comandada por alavancas presentes dentro do cockpit;

- tampa do tanque de gasolina chiquérrima situada logo atrás do cockpit;

- rodas podem ser também retiradas, o que proporciona para o colecionador mais curioso a possibilidade de visualização de componentes da suspensão e do sistema de frenagem;

- mas a parte removível mais impressionate mesmo dessa miniatura é sua carenagem, ela pode ser todinha removida, mostrando todo o interior do carro...Imaginem vocês que responsabilidade a CMC assumiu para si ao aceitar o desafio de confeccionar um interior tão complexo em peças e componentes quanto a de um carro real, um verdadeiro show. A carenagem é presa por seis pequenos parafusos localizados no assoalho do carro, que no caso do W196 R Streamliner é todo vedado;

Finalizando, então, para aquele colecionador que não possui a MERCEDEZ W196R STREAMLINER trate de adquirí-la, pois trata-se de uma das mais lindas miniaturas lançadas até hoje. Outro ponto que gostaria de abordar antes de finalizar o post é o fato de que qualquer uma das versões da W196 pode ser representativa para os anos 1954/1955 em uma coleção de campeões do mundo, ou seja, o colecionador não precisa comprar a monoposto e a streamliner para ter completa sua coleção temática de campeões, basta uma das duas. Mas que a coleção ficará mais rica e bonita tendo as duas versões, disso ninguém tem dúvida.


*Dica do blog: Ao adquirir a versão lisa e no caso de querer adesivá-la com os números, o comprador tem que atentar para o fato de a versão Streamliner não possuir as bandeirinhas argentinas que aparecem na versão Monoposto, e outra coisa: a versão carenada apresenta números na frente do carro, nas laterais e NA TRASEIRA, não se esqueçam disso senão a miniatura não ficará original.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

The Wall !!!


Toda vez que finda uma corrida procuro abordar um tema que mais me chamou a atenção sobre ela, na penúltima prova discorri sobre a cruel pane sofrida por Massa a três voltas do fim. Para o GP DE VALÊNCIA resolvi abordar um tema que serve de mote para vários circuitos ao redor do mundo: O IMENSO DESRESPEITO DISPENSADO AOS FÃS DA FÓRMULA 1 QUE VÃO AOS AUTÓDROMOS.
A foto aí de cima serve para ilustrar a visão "privilegiada" que muitos dos ocupantes dos assentos do início da ponte e do final da grande reta tiveram da corrida. É isso mesmo: o público que chegou a pagar 420 euros pelo ingresso nesses locais tiveram como visão um imenso MURO construído próximo às arquibancadas, fato que gerou um imenso protesto - abafado pela polícia local - e o seguinte pedido formal de desculpas do Sr. Jorge Martinez Aspar (presidente da organizadora do evento denominada Valmor Sports):
" Gostaríamos realmente que os espectadores que tiveram problemas nos perdoassem. Tivemos pequenas falhas. É óbvio que para o próximo ano nós queremos melhorar a situação, mas, mesmo assim, ficamos satisfeitos com o que apresentamos."

Essa declaração aí é piada ou o quê? Ficaram satisfeitos??? Deixando o público assistir "um lindo muro" e apenas ouvindo o som dos carros...

Meus caros, é muita falta de respeito, muita desconsideração para quem dispende muito dinheiro na esperança de assistir um espetáculo, que em sua maioria das vezes tem sido super monótono e previsível. Esse é um fato que ilustra de forma grotesca muitos dos circuitos ao redor do mundo e que constam no calendário da Fórmula 1. Vou falar de um autódromo específico, que conhecemos muito bem: INTERLAGOS. O circuito paulista é um dos maiores exemplos dessa falta de respeito com seu público, pois abriga seus espectadores oferecendo arcaicas arquibancadas de alvenaria - até estádios de futebol já possuem cadeiras - e estruturas metálicas montadas no setor G onde o sofrido fã brasileiro senta em "confortabilíssimas" ripas de madeira. Isso sem falar no horário que somos obrigados a chegar no autódromo... diferentemente de estádios organizados, de nada valeu o sistema criado de numeração para os assentos, já que os madrugadores tomam de assalto os lugares melhores sem respeitar numeração e como sempre estão em bando você se sente acuado para poder fazer valer o seu direito, e como não há fiscalização nenhuma adivinha o que você tem que fazer para pegar um lugar razoável? MADRUGAR... é claro e ficar lá esperando horas a fio para a corrida começar escutando as mesmas gracinhas de vinte anos atrás, sempre os mesmos gaiatos gritando: - "SÓCIOOOOOOO..." toda vez que passa uma mulher bonita acompanhada.

Tudo isso seria bastante plausível e bastante suportável se o valor dos ingressos fossem condizentes com a péssima infra-estrutrura oferecida. Mas o que dizer quando você constata que com valor de um simples ingresso para esta verdadeira estrutura de futebol de várzea você pode comprar um belo pacote turístico para - por exemplo - passar uma semana na belíssima serra gaúcha com tudo incluso (passagens aéreas, hotel de luxo e passeios diversos)?

É por essas e outras que decidi não ir mais a autódromos, pelo menos até quando passarmos a ser mais respeitados. Não faço isso por protesto - mesmo porque ninguém iria notar minha ausência mesmo - e nem desencorajo ninguém a ir, pois ver os melhores bólidos que a mente humana é capaz de produzir é ainda uma sensação única, desde que você esteja preparado para passar pelas inúmeras agruras descritas. Mas clamo - e aproveito o absurdo ocorrido em Valência - por uma melhoria geral no trato com os fãs da Fórmula 1. Afinal de contas, de onde vem a fonte de renda dessa verdadeira máquina de gastar dinheiro?

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Miniatura da Vez 15 - Ferrari 500 F2 de 1952

, Pegando carona no GUIA DO COLECIONADOR, publico hoje o carro sublime da Exoto de 1952 de minha coleção que homenageou o primeiro grande título de ALBERTO ASCARI NA Fórmula 1. As fotos abaixo (clique nelas para melhor visualização, estão todas em alta resolução) mostrarão todos os detalhes amplamente explanados no guia, inclusive em uma delas pode se ver quão linda fica a miniatura quando exposta com seu capô de acrílico transparente, que deixa à vista todos os detalhes do motor. Para quem não é assíduo no blog, repare que toda a explicação da confecção e das partes constituintes deste lindo diecast está contido no post anterior a este.
Então , meus amigos, leiam lá e VEJAM AQUI !!!

*DEDICO ESTE POST AO MEU AMIGO RUBENER FREITAS POR AJUDAR-ME A REALIZAR O SONHO DE TER ESSA MINIATURA, QUE É UMA DAS MAIS DIFÍCEIS E RARAS DO MERCADO.








sábado, 23 de agosto de 2008

Guia do Colecionador 1 - Os carros campeões do mundo de Fórmula 1 da década de 1950 disponíveis na escala 1/18 - PARTE I

Começa aqui a nova saga do blog e como primeira publicação do GUIA DO COLECIONADOR escolhi como tema a orientação para os ávidos colecionadores sobre quais as miniaturas existem para suprir seu maior desejo: ter suas vitrines completas de carros na escala 1/18 que foram campeões do mundo de Fórmula 1. Cobriremos através de vários posts a história de todos os campeonatos mundiais de pilotos em que existam miniaturas que os representem. Deixo claro aqui que só não cubro todos os campeonatos da história porque simplesmente não existem miniaturas em 1/18 que representem todos os carros de pilotos campeões do mundo.
Começarei então - obedecendo a ordem cronológica - com a primeira década do mundial de pilotos de Fórmula 1, a de 1950, que será divida em duas partes (devido a problemas de tamanho do post). NESTA PRIMEIRA PARTE VOCÊ CONHECERÁ AS MINIATURAS DE 1952 E 1953:


1 - 1952

CAMPEÃO DO MUNDO: ALBERTO ASCARI
CARRO: FERRARI 500F2
MINIATURA: EXOTO


Carro mais antigo a ser representado por um modelo diecast em 1/18, a Ferrari 500 F2 recebe a designação de F2 porque nos anos de 1952 e 1953 a Fórmula 1 correu com carros adaptados ao regulamento vigente para a Fórmula 2, com motores menores de capacidade de 2 litros quando convencionais e 0,5 litro quando superalimentados. A miniatura que representa o carro do campeão mundial Alberto Ascari é da fábrica norte-americana EXOTO, garantia de excelente qualidade. A Exoto caprichou muito nos detalhes dessa miniatura que possui várias partes móveis, tais como:
- abertura das tampas dos tanques de combustível - situado logo atrás do banco do piloto - e do óleo - situado logo à frente do capô do motor;
- remoção completa do capô do motor que é presa por um conjunto de cinco presilhas de mola cada uma com seus respectivos pinos de sustentação em metal que pode ser manipulado com o auxílio de uma pequena haste de plástico fornecida pelo fabricante;
- pára-brisa móvel situado em logo à frente do volante;
- pequena entrada de ar - função refrigeradora - móvel situada logo à frente do pára-brisa;
- sistema de direção todo móvel, permitindo inclusive a visualisação do movimento da coluna de direção uma vez removido o capô dianteiro;

A coloração da pintura do chassi aplicada pela Exoto é de um tom mais escuro do que vermelho utilizado originalmente pela Ferrari em 1952, detalhe que tornou a miniatura até mais bonita do que o carro real que imita, sobre o carro vem pintados também o número quinze - detalhe que deve ser reforçado pois não existiam números fixos para as equipes nesta época - o que indica tratar-se da versão correspondente ao GP da Inglaterra, quinta corrida do calendário de 1952.

O cockpit do carro é de uma beleza indescritível contendo a réplica de todos os instrumentos e acessórios utilizados pelo piloto, com destaque total para o lindo e grande volante e para o banco, no qual foi utilizado um tecido aveludado na cor marrom-claro.

O motor merece um parágrafo à parte tal a beleza de sua confecção. Uma vez aberto o capô, você terá a impressão de estar olhando para um motor verdadeiro em forma de miniatura - dá vontade até de pôr gasolina para vê-lo funcionando - e o que mais se destaca são os quatro curtos escapamentos que projetam muito pouco para fora do capô e que já foram manufaturados de forma que simulassem ferrugem, o que aumenta ainda mais o grau de realismo do modelo. Há ainda um grande atrativo para quem optar pela aquisição deste modelo e quiser deixar seu motor exposto: A EXOTO FORNECE UM CAPÔ ADICIONAL TRANSPARENTE FEITO EM ACRÍLICO PARA DEIXAR O MOTOR À MOSTRA E AO MESMO TEMPO PROTEGIDO.

No bico do carro há aquela característica abertura dos "charutinhos" - famoso apelido que os primeiros carros da Fórmula 1 receberam - e nele a Exoto teve o cuidado de manufaturar uma grade interna em metal, detalhe que conferiu mais beleza à parte frontal da miniatura. Já no assoalho do carro há aberturas que permitem a visualização de partes do motor e da caixa de câmbio. As rodas foram feitas com encaixe manual de cada feixe que a compõe, o que forma um conjunto de feixes raiados impressionante pela sua beleza.

Finalizando, é importante ressaltar que esta é a única versão de miniatura existente para o carro campeão de 1952, não existindo portanto uma versão em que haja a figura do piloto.


2 - 1953

CAMPEÃO DO MUNDO: ALBERTO ASCARI
CARRO: FERRARI 500F2
MINIATURAS: EXOTO E CMC



Os detalhes descritos acima quanto às especificações do carro para o regulamento valem para esse modelo de 1953, o carro de 1953 difere do modelo de 1952 apenas por pequenos detalhes, tais como : escapamento alongado que percorre

toda a lateral esquerda do chassi a partir do motor, ausência das duas pequenas entradas de ar em cima do capô e grade interna do bico um pouco diferente.

Quanto à miniatura existem duas opções de compra para o modelo de 1953, uma da Exoto e uma da CMC:
A miniatura feita pela Exoto tem todas as especificações das descritas acima para o modelo de 1952 quanto à sua manufatura (inclusive com o referido capô transparente para visualização do motor), sendo essa versão de 1953 a de número 10, representando o carro que disputou o GP da Argentina, primeiro do certame.

Já o modelo fabricado pela CMC difere da sua rival nos seguintes aspectos:
- coloração original da pintura utilizada pela Ferrari em 1953, com um vermelho de tom mais claro do que o tom usado pela Exoto (repare na foto comparativa e clique nela para melhor visualizá-la);
- banco do piloto utiliza um design e um tom bege mais próximo do banco real;
- riqueza de detalhes infinitamente superior ao da rival, a miniatura da CMC é composta de 1.463 partes feitas manualmente e montadas como um grande quebra-cabeças.
- maior número de partes móveis na miniatura, o que proporciona a incrível visualização de todo o tanque de combustível situado na parte posterior do carro.
Mas o grande fator negativo do modelo fabricado pela CMC é a AUSÊNCIA DA NUMERAÇÃO NO CARRO, velha mania da fábrica, o que desvaloriza - e muito - sua miniatura.

Finalizando, ambas versões são fabricadas SEM A FIGURA DO PILOTO.

*DICA DO BLOG: Para quem preferir o modelo da CMC e quiser deixá-lo fiel à realidade, contrate um bom modelista e peça-o para confeccionar um adesivo ou decalque com o número para a miniatura, podendo seguir inclusive o modelo de numeração empregado na miniatura da Exoto. MAS ATENÇÃO: CONTRATE O SERVIÇO DE UM MODELISTA EXPERIENTE E BOM DE SERVIÇO E MANDE VÁRIAS FOTOS PARA MOSTRAR COMO VOCÊ QUER QUE O TRABALHO FIQUE.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

GUIA DO COLECIONADOR

Apresento hoje mais uma novidade no blog: o GUIA DO COLECIONADOR, que consistirá de posts direcionados àqueles aficcionados - para não dizer loucos - que gastam boa parte de suas finanças com artefatos completamente dispensáveis para o público comum mas de valor inestimável para esses verdadeiros caçadores de relíquias. Obedecendo à temática central do blog , não preciso nem discorrer muito sobre o foco central desta nova coluna: memorabilias da F1, mas, de vez em quando, abrirei espaço para outros temas de colecionismo. E a proposta dos posts iniciais estará bem centrada na coleção de diecast - miniaturas de metal - na escala 1/18 - tamanho natural de um carro dividido em dezoito vezes - devido à enorme quantidade de e-mails, telefonemas, mensagens e afins que recebo diariamente com questionamentos diversos sobre o assunto: gente nova querendo se tornar colecionador por apreciar muito as fotos aqui expostas, colecionador antigo querendo aprofundar seus conhecimentos e trocar experiências, pessoas interessadas em fazer modificações em seus modelos originais... Enfim, uma grande quantidade de assuntos interessantes a ser abordados.
Este post funcionará apenas como um breve prelúdio da nova série que estreará para valer na próxima publicação com o tema: CARROS CAMPEÕES DO MUNDO DE F1 DA DÉCADA DE 1950 DISPONÍVEIS EM 1/18.

Então, meus caros, até o próximo post !!!

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

VÍDEOS INCRÍVEIS 13 - Insegurança total



Caros amigos, como vocês devem ter reparado, tenho procurado colocar sempre uma matéria alusiva ao circuito que vai receber uma corrida dias antes dela ocorrer. E como tenho procurado privilegiar vídeos interessantes de momentos que se passaram no tal circuito, desta vez não tenho nada para colocar sobre Valência porque um GP em suas ruas é coisa inédita. Bem, recorri então ao seguinte raciocínio: já que não existem imagens de corridas em Valência, vou resgatar imagens ocorridas na Espanha em um de seus circuitos que não abriga mais GPs, como forma de compensação. Agindo assim, escolhi uma passagem acontecida no circuito de JARAMA no ano de 1970 e - mais uma vez - rompo minha linha de conduta normal que procura sempre enaltecer grandes fatos do passado. Desta feita, coloco aqui para vocês contemplarem o lado negro do automobilismo de espetáculos da década de 1970: A IMENSA IRRESPONSABILIDADE DA TOTAL FALTA DE SEGURANÇA A QUE OS BRAVOS PILOTOS DA ÉPOCA ERAM SUBMETIDOS.
Reparem na total insegurança dos carros-bomba, na balbúrdia criada por um acidente simples e no amadorismo das equipes de atendimento. Nós estamos sempre acostumados a elogiar os doces anos 1970, com todo o seu romantismo e competitividade, principalmente quando comparamos com os previsíveis tempos atuais, mas de uma coisa ninguém pode reclamar: A SEGURANÇA DA F1 ATUAL É EXEMPLAR E POUPA MUITAS VIDAS.
Ou vocês acham que se Robert Kubica corresse nos anos 1970 e sofresse um acidente similar ao ocorrido com ele no Canadá em 2007 ainda estaria aqui para nos contar histórias?

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

FALOU TÁ FALADO !?! 1

Meus caros, mais uma nova série dá o ar da sua graça aqui no blog, é a coluna: FALOU TÁ FALADO !?! E será grafada assim mesmo, de forma coloquial, usando um português propositadamente das ruas, do dia-a-dia. A coluna será curtinha com posts que trarão sempre frases ou declarações de efeito de alguma personalidade qualquer - em sua maioria esmagadora ligada à F1, mas poderão aparecer astros de outros segmentos também. Embaixo da asserção mostrada sempre deixarei uma pequena explicação para ajustá-la ao bom entendimento do leitor. E atentem para o ponto de interrogação colocado entre os pontos de exclamação justamente para gerar um clima de dúvida no ar em algumas das afirmações, do tipo: será mesmo que isso tem razão de ser ???

Vamos estrear a coluna com a seguinte declaração:

"EM CONDIÇÕES NORMAIS, CORRO PARA VENCER E VENÇO. EM SITUAÇÕES ADVERSAS, TAMBÉM POSSO VENCER. E, MESMO EM CONDIÇÕES MUITO DESFAVORÁVEIS, AINDA SOU PÁREO"
(AYRTON SENNA)

Muitas pesoas criticaram essa declaração dada por Senna no começo da década de 1990 afirmando tratar-se de uma presunção muito grande de uma pessoa fazer uma auto-afirmação como essa, em contrapartida seus defensores alegaram tratar-se somente de uma simples constatação da verdade... E você??? O que acha???

Resposta do Desafio do Leitor 1


Vamos então à resposta deste primeiro DESAFIO DO LEITOR, a resposta conforme a proposta da coluna foi dada pelo proponente do divertido enigma, PAULO MORETTI:

"O "pimpolho" DA FOTO, quem diria, mais tarde iria se tornar muito famoso...! O automobilismo nesta época, ainda idolatrava, como único mestre o grande Fangio, já, provavelmente, cedendo sua coroa a um fazendeiro chamado CLARK...!! Ao ver esta foto ,quem de nós diria que este ALUNO DE DEUS, se tornaria PROFESSOR... O menino aí, nos dias atuais, abriga em sua estante 4 títulos mundiais........

ALAIN PROST...

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Desafio do Leitor 1


Cumprindo a promessa de estréias de séries diferentes aqui no blog, começo com uma coluna inspirada no sucesso gerado por um desafio mandado por e-mail por um leitor e inauguro o DESAFIO DO LEITOR. Esta nova coluna promove mais interatividade ainda do blog com seus leitores porque consistirá sempre de um desafio sugerido pelo leitor, que será respondido em um post posterior ao desafio lançado pelo próprio proponente do enigma. A idéia surgiu de uma sugestão de meu amigo MARCUS FREITAS - que estará lançando suas charadas aqui brevemente - e a ele dedico este primeiro post da coluna Desafio do Leitor.

VAMOS AO QUE INTERESSA ENTÃO:
O DESAFIO DE HOJE FOI MANDADO POR PAULO MORETTI E CONSISTE EM DESCOBRIR QUAL PILOTO DE F1 SE TORNARIA O PIMPOLHO O COM CARA DE COROINHA DA FOTO ACIMA...

E AÍ? VAI ENCARAR ???

Coluna do Leitor - A beleza do Lotus 97T por Sávio Ricardo Machado

A coluna do leitor de hoje pega carona no post anterior referindo-se a um dos carros que compôs o empate triplo na eleição promovida pela revista F1 RACING, que escolheu os 73 mais belos carros da história da F1 até o final do ano de 2004. O carro escolhido para receber os elogios do leitor foi o marcante LOTUS 97T da dupla ELIO DE ANGELIS/AYRTON SENNA no ano de 1985 e quem vai discorrer sobre a beleza do bólido negro é meu grande amigo Sávio Ricardo Machado, dono do excelente BLOG SÁVIO MACHADO. Com a palavra então meu amigo Sávio:


"Bom dia meu amigo Ribeiro. Num desses dias em que conversávamos falaste-me sobre fazer um post do meu carro favorito da Fórmula 1. Bem, provavelmente você já poderia prever que carro eu penso ser um dos mais belos dessa atmosfera do mundo automobilístico. A conversa aqui não é mostrar um carro campeão, mas sim um dos mais belos já desenhados e o que ele representa para mim. A Lotus de motor turbo Renault, juntamente com o piloto Ayrton Senna consegue passar uma atmosfera de misticismo, poder, superação e força. Talvez colocar apenas o carro em evidência não teria o resultado que eu quero deixar neste post.

Este poderia ser apenas um carro se não fosse alguém tão diferente que o pilotasse, transformando-o num verdadeiro mito. A Lotus com motor Turbo Renault de Ayrton Senna era linda, com seus patrocinadores estampados em dourado. Esse carro deu a primeira vitória na Fórmula 1 a Ayrton. Foi no dia 21 de Abril de 1985. Este dia foi marcado por fortes emoções a todos os brasileiros. Além da vitória de um brasileiro na Formula 1 no dia em que se lembrava da morte de Tiradentes, este dia também foi o dia da morte do presidente eleito Tancredo Neves. Não houve brasileiro que não sentisse tanta emoção durante aquela semana. A partir desse dia, todos os domingos foram cheios de expectativas, não só para os brasileiros, mas para todos aqueles que assistiam a Fórmula 1. O carro negro com seus patrocinadores dourados sempre será lembrado no mundo da Fórmula 1 pela beleza das suas cores e pelo seu design, além de dar início a uma série de vitórias ao grande Ayrton Senna,

Um grande abraço a todos os leitores desse blog maravilhoso e ao seu autor Alexandre Ribeiro."

Obrigado, Sávio, pela valorosa colaboração e conseguistes em poucas palavras nos fazer viajar ao tempos de um Brasil turbulento e de um povo carente de lideranças significativas.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Mais belos carros by F1 RACING - os 3 carros que empataram na décima nona posição

E enfim chegamos aos top 20, daqui para frente não tem jeito, não há como ter dúvidas sobre a beleza dos carros - afinal de contas alguns que constaram nesta eleição são bem feinhos, né? - o que podemos questionar é sobre o motivo da classificação de um ou de outro, aquela coisa do: "esse merecia uma posição melhor na lista" ou "por que tal carro está tão bem classificado?", mas a beleza dos top 20 é indiscutível, ou como diria Caetano Veloso: "ou não..."Vamos então às "baratas" da vez:

#19 - LOTUS 97T - 1985


Designer: Gerad Ducarouge
Pilotos: Elio de Angelis, Ayrton Senna
Vitórias: 3
Poles: 8
Pontos: 71


Ih, a polêmica já pode começar por este carro mesmo, considerado por muitíssima gente como o mais bonito de todos os tempos, o 97T encabeça a lista apenas da décima nona posição, frustante
não? Esse belíssimo carro é marcante porque soube aliar seu leiaute maravilhoso de negro-dourado a um desenho aerodinâmico fantástico, obra-prima do competente e saudoso Ducarouge.


O carro, além de lindo, era muito bom apesar de quebrar demais, e nas mãos de dois grandes pilotos conseguiu emplacar vitórias marcantes: a primeira de Senna e a última de De Angelis, mas apesar de bom não era um carro para se disputar o título, seria como um BMW-Sauber nos tempos atuais só que com pilotos superiores, faço essa simples analogia só para que o leitor mais novo possa ter um ponto de referência com algo dos tempos presentes. A foto abaixo traz em close os dois sensacionais triunfos de Senna no seu habitat natural: o aguaceiro em Estoril e em Spa Francorchamps (clique nela para melhor visualização):


E eis Senna em "cena" no aguaceiro, o 97T foi o carro que veio confirmar o que o Toleman TG184 revelara: a F1 seria testemunha do seu maior representante em pistas úmidas, molhadas ou encharcadas, Senna mostrou ao mundo que - em pistas molhadas - seria imbatível guiando qualquer máquina que lhe fosse dada.


Mas antes de terminar, vale aqui um registro especial do fabuloso Elio de Angelis, sempre tão querido no meio esportivo, fez em 1985 sua temporada de despedida da Lotus - sua casa por muitos anos - com competência e galhardia, chegando a vencer o GP de San Marino e que infelizmente se transferiu para uma decadente equipe Brabham no ano seguinte, que serviu apenas de decepção para uma carreira que certamente teria muito a mostrar, se não fosse o fatídico teste do dia 15 de maio de 1986, dia em que recebemos consternados a notícia da morte de um dos grandes representantes do automobilismo de talento puro. Uma pena, pois De Angelis tinha muito ainda a mostrar, foi-se embora o ÚLTIMO CAVALHEIRO DA F1...
AVE LOTUS 97T !!! CASA DE DOIS MONSTROS DA F1, SENNA E DE ANGELIS !!!



#19 - HONDA RA301 - 1968


Designer: Yoshio Nakamura
Pilotos: John Surtees, Jo Bonnier, David Hobbs
Vitórias: 0
Poles: 1
M.volta: 1
Pontos: 14


Falando em beleza, a Honda realmente sabia das coisas na década de 1960, pois só fez carros belos. Como eram belas as máquinas japonesas com seu leiaute impressionante e seu desenho prodigioso, repare os detalhes dessa máquina primorosa nas fotos em close (clique nelas para ampliar) de cada parte que o constituía:

Bico diferenciado com arrojos aerodinâmicos para a época:

Presença da "nova onda" dos anos 60, aerofólio traseiro proeminente:

Trabalho minuciosamente acurado até nos detalhes do motor com seu impressionante sistema de escapamentos:

E aí podemos atear mais fogo ainda à polêmica: pode um carro desses figurar uma lista de décimo nono???
Uma pena que o tão belo carro projetado por Nakamura-San fosse tão ruim, triste sina da Honda na F1 quando se mete a ter uma equipe completa...
O carro era ruim e pesado, tão ruim que conseguiu desanimar o campeão mundial John Surtees, que apesar de emprestar todo seu talento à equipe nipônica, conseguiu apenas um frustrante e solitário segundo lugar como melhor resultado no GP francês, em uma das mais trites temporadas que a F1 presenciou por causa da morte de seu maior ídolo: Jim Clark.
E eis o grande Surtees em ação em seu belo porém raquítico RA301:



#19 - SHADOW DN5/B - 1975/1977


Designer: Tony Southgate
Pilotos: Tom Pryce, Jean Pierre Jarrier, Renzo Zorzi
Vitórias: 0
Poles: 3
M.volta: 2
Pontos: 17,5


Representante legítimo dos anos 1970 com suas enormes e horrorosas tomadas de ar, o DN5 era tão bonito que conseguia disfarçar seu "cupim" tão proeminente e medonho. Sendo assim, beleza era seu ponto forte, pois se analisarmos seu desempenho, o Shadow não figuraria em lista nenhuma de grandes carros da história da F1, e olha que o carro projetado pelo renomado Tony Southgate correu justamente nos sempre tão competitivos e equilibrados anos 70, se corressem hoje estariam fadados a lutar por pontos.


Mas como a lista se refere a beleza, aí sim o Shadow tem seu lugar garantido entre os destaques de belos bólidos. Seu leiaute é muito bonito e seu design não fica atrás. Nas palavras da F1RACING: "O DN5 desenhado por Tony Southgate era um dos mais imponentes carros na pista"


Antes de terminar, gostaria de deixar registrado aqui algo incomum para os posts dos mais belos carros: o bom gosto do pessoal da Shadow era tão grande que não se restringiu a construir somente um carro belo, "bolaram" um dos mais interessantes logotipos da história da F1 (foto abaixo).

Mas essa história de incluir o logotipo é invenção do blogueiro que vos fala, nada tem a ver com a publicação da renomada F1RACING.

Novidades !!!

Com a chegada da série MAIS BELOS CARROS BY F1 RACING em sua reta final (ainda hoje mais um post da série será publicado), quase recebendo sua bandeira quadriculada, uma nova série está sendo preparada para substituí-la à altura, além disso algumas novidades estão sendo preparadas para estrear brevemente, e o melhor dessas novidades é a interatividade com os leitores-amigos que por e-mail tem mandado cada vez mais sugestões para incremantar o blog e delas nasceram duas parcerias muito bacanas, esperem para ver. A outra novidade é o nascimento da coluna GUIA DOS COLECIONADORES (essa bolada pelo blogueiro mesmo), que estreará ainda neste final de semana trazendo em cada post publicado respostas para as freqüentes perguntas que recebo por e-mail sobre colecionismo de ítens de F1, com ênfase em diecast - coleção de miniaturas de metal .
Aguardem então, meus diletos amigos, que graças a vocês, o que era para ser um mero espaço de impressões pessoais sobre minha paixão pela F1, está se tornando cada vez mais um gostoso ponto de encontro informal em torno da categoria máxima do automobilismo e "otras cositas más".

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Deu dó !!!


Felipe Massa foi brilhante no GP da Hungria, começou mostrando seu cartão de visita logo na largada com a manobra mais bonita do ano ao ultrapassar Lewis Hamilton por fora com o carro quase desgovernado na curva 1, e logo em Hungaroring, pista reconhecidamente travada ao extremo de ultrapassagens quase impossíveis. Depois demonstrou o quão focado estava na vitória ao controlar um Hamilton ávido por retaliação da manobra sofrida. Massa "cavalgava" com maestria para aquela que seria a mais linda vitória que jamais conseguira. Tudo caminhava muito bem até a antepenúltima volta... Daí: BUM!!! Lá se vai o motor Ferrari, que quase nunca quebra. O fato teve requinte de crueldade principalmente porque o brasileiro foi maduro ao saber poupar o equipamento a partir do momento em que Hamilton furou seu pneu dianteiro esquerdo - fruto provavelmente de sua mania de fritar constantemente os pneus para andar rápido. Um verdadeiro pecado tomando-se por base que Massa fez uma corrida perfeita, digna de honrar o passado tupiniquim na F1. Contudo, em minha opinião, o revés - apesar de triste e ruim para a pontuação do campeonato - mostrou um lado mais maduro ainda de Felipe, que ao invés de vociferar impropérios contra o carro e a equipe, que tem "mancado" com ele inúmeras vezes, ponderou com calma o ocorrido e creditou aos acontecimentos naturais do esporte uma possível culpa. Mais um ponto para Massa, que vem crescendo em popularidade e admiração pelos fãs do esporte ao redor do mundo.
Portanto, depois de mostrar que sabe ser maduro quando algo negativo lhe ocorre e mostrar também que está sendo capaz controlar sua ansiedade quando está sendo pressionado sem perder o arrojo e a garra quando estes são necessários, Massa saiu vitorioso da Hungria apesar de não ter marcado um ponto sequer, vocês podem ter certeza que seu conceito perante a equipe e a admiração pelo piloto calculista e arrojado ao mesmo tempo vem cada vez mais sendo solidificada não só dentro da "Scuderia", como também em toda a exigente torcida italiana, ou vocês acham que o sangue quente e latino do italiano ferveu de alegria pelo "brilhante" pódio do inexpressivo Kimi "Bunda-mole" Räikkönen?

AH, MAS QUE DEU DÓ, ISSO DEU !!!

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Solução do Enigma


Eis aqui a resposta do enigma lançado pelo amigo-leitor Rogério Stanke:

A foto retrata uma imagem do ano de 1981 em que o piloto brasileiro ROBERTO MORENO testa na pista de SILVERSTONE um LOTUS 87 usando emprestado não só o CAPACETE de NÉLSON PIQUET como o MACACÃO de NIGEL MANSELL. Vários amigos, leitores e colaboradores acertaram parcialmente a resposta, mas esta aí é a resposta completa.
Agradeço a todos pela valiosa colaboração que tanto animou o blog e convido vocês, meus caros, para fazer como o Rogério, mandem aí seus desafios para que possamos brincar novamente de detetives...

sábado, 2 de agosto de 2008

Coluna do Leitor - O momento mais lindo da história do automobilismo por Ron Groo


Caros amigos, a coluna do leitor tem a honra de apresentar hoje um conto maravilhoso feito pelo meu amigo RON GROO, dono do excelente BLIG GROO . O conto narra de forma espetacular e inigualavelmente onírica o momento mais lindo que a deliciosa F1 nos proporcionou. Viajem pelas letras desse escritor nato e quem quiser depois conferir as imagens descritas pelo Ron confira logo aí embaixo nos VÍDEOS INCRÍVEIS, se bem que depois desse conto magistral as imagens ficam meio que desnecessárias...
Com vocês o formidável RON GROO:

"O sol sempre escaldante do mês de agosto fustiga a cabeça do jovem Mika, que sentado numa arquibancada bem no fim da reta de largada, já quase dentro da curva ‘1’ assiste o GP da Hungria de formula um acompanhado de seu indefectível walkman e uma fita cassete do ultimo álbum do Queen: ‘A kind of magic’.
Será o primeiro GP de formula um daquele país.
A pista é estreita, as freadas não são fortes e a única reta do circuito, justamente a de largada em que Mika está localizado não é grande o suficiente para que um motor se sobressaia a outro pela força de seus cavalos a mais.
Poucos têm a coragem suficiente para tentar, em condições normais, uma ultrapassagem.
Mika, entediado já ouviu a fita cassete inteira ao menos umas três vezes. Não se preocupa muito com a corrida. Não há ídolos locais no esporte, e ainda por cima a primeira fila é formada por dois representantes de um longínquo país: O Brasil.
Mika entende pouco, quase nada de Formula um, esta ali por ser exatamente o primeiro grande prêmio em seu país e isto já garante que será histórico.
Os personagens – para Mika – São: Um carro preto com piloto de capacete amarelo na pole position e um carro com o bico azul e um seis gravado nele na segunda posição do grid.
Mika assiste a largada e vê o carro preto pular na ponta enquanto o de bico azul perde a posição para outro carro de bico azul, este, porém com um ‘cinco vermelho’ no bico.
Só que este não resiste às estocadas do numero seis, e poucas voltas depois perde a segunda posição e o que se segue é uma perseguição monstruosa ao carro preto com piloto de capacete amarelo.
Mika procura em seu programa da corrida onde estão os nomes e os números dos carros e identifica: Preto, capacete amarelo: Senna.
Amarelo com bico azul e numero seis branco: Piquet.
Amarelo com bico azul e numero cinco vermelho: Mansell.
Estes três e mais um francês narigudo de nome Alain Prost que pilotava um carro pintado em vermelho e branco são segundo o programa da corrida os quatro maiores pilotos em atividade neste ano. E ao que tudo indica o titulo de 1986 não escapará a um deles.
Mas voltando a corrida que já vai pela décima terceira volta, o carro numero seis ultrapassa o carro preto e abre uma pequena vantagem. Não suficiente para que fique em primeiro depois da parada para troca de pneus que todos são obrigados a fazer. Logo o carro do piloto de capacete amarelo volta à primeira posição tendo em seu encalço o bico azul numero seis.
Isto até a volta cinqüenta e quatro quando meio que sem querer Mika levanta a cabeça e olha para a pista. Vê o carro de bico azul numero seis ultrapassando de forma forçada e no braço o carro preto. O piloto pega o traçado de dentro, entre o carro a ser ultrapassado e o muro.
Ele - Mika - se levanta na arquibancada e prende a respiração por alguns instantes.
O carro numero seis ultrapassa o carro preto, mas não consegue fazer a curva de forma correta. Perde o ponto de tangencia e completamente desequilibrado perde novamente a posição para o piloto de capacete amarelo.
Dentro do carro de bico azul o piloto pensa: “-Droga, ele deve estar rindo muito de mim agora. Arrisquei à toa. Não vai ficar assim!”.
Já de dentro do carro preto o piloto que realmente ria diz para si mesmo: “Aqui não farroupilha! Que não nasci para ser ultrapassado sem lutar... Vem de novo se for homem!”.
Mika do alto da arquibancada pensa: ”-São loucos estes homens!”.
Duas voltas se seguem sem que o piloto do carro numero seis tente passar.
Mika já se sente frustrado.
O piloto de capacete amarelo já se sente confiante o bastante para achar que não será mais incomodado.
O piloto do carro seis já não pensa mais. Age!
Na mesma reta, no mesmo ponto investe. Mas desta vez põe o carro no lugar menos provável: O lado de fora, encaixotando o piloto do carro preto entre ele e o muro.
Mika vê aquilo sem acreditar, sem respirar. O momento parecia suspenso.
O carro numero seis completa a ultrapassagem no ultimo milímetro da pequena reta. Não tem como sustentar a posição. Não tem espaço para tangenciar a curva de maneira correta.
O carro preto certamente vai tomar a posição novamente.
Só que desta vez é diferente...
No walkman, Freddie Mercury canta com sua voz inconfundível... “It’s a kind of magic, magic... MAGIC”...
O carro de bico azul e numero seis retarda a freada até o limite do suportável, pra lá do ‘Deus me livre’ e com um golpe no volante e extremo controle do carro ele desliza. Derrapa nas quatro rodas. Milímetros a frente do carro preto, que freia e se recolhe, humildemente...
“It´s a king of magic” - Pensa Mika
Oh! Meu Deus... – Pensa Senna.
Ahá! Te peguei, ri agora! – Grita de dentro carro Nelson Piquet.
Um silencio monstruoso no autódromo, coisa rara. Não se ouve nem os motores dos carros. Tudo parecia nem existir, só a imagem dos dois carros no fim da reta.
“It’s a kind of magic...” Continua cantando Freddie Mercury.
Mika se levanta e vai rumo à saída do autódromo. Já não importa quem vai ganhar a corrida. Seja qual for o resultado ao fim das 76 voltas, o grande vencedor daquela tarde foi o piloto do carro amarelo de bico azul e com um numero seis pintado.
Foi uma espécie de magia... "

Obrigado meu irmão Groo, por fazer de nosso blog algo tão brilhante com suas sublimes palavras.