domingo, 26 de abril de 2009

O PRÍNCIPE E O PLEBEU


Este domingo, dia 26 de abril de 2009, pode ser marcado como um dia histórico, um verdadeiro divisor de águas na carreira de duas personalidades do esporte brasileiro, dois esportistas nascidos em uma mesma geração, separados por uma diferença mínima de idade. A característica em comum mais marcante em 2009 que essas duas figuras do esporte nacional tem é o fato de terem começado o ano em baixa em suas carreiras, apontados por muito como recém-aposentados:

O primeiro chama-se RONALDO LUÍS NAZÁRIO DE LIMA , mais conhecido no mundo por RONALDO FENÔMENO. Este cidadão foi repatriado pelo Corínthians em um momento péssimo de sua vitoriosa carreira: muito acima do peso normal para um futebolista, sem jogar profissionalmente há muito tempo por conta de lesão e recentemente envolvido em escândalos em sua vida pessoal. Chegou causando desconfiança na crônica esportiva nacional que insistia em dizer que sua contratação não passava de uma jogada de marketing...
O tempo passou, Ronaldo se dedicou aos treinamentos, se esforçou em árduas sessões de fisioterapia, não conseguiu chegar ao peso ideal e mesmo assim foi posto à prova. E o que fez ???
BRILHOU... Brilhou intensamente, esbanjando categoria e dando um toque de classe há muito não visto nos gramados brasileiros. Neste domingo, o já festejado craque finalmente conseguiu mostrar pela ENÉSIMA vez o porquê foi batizado na Europa de fenômeno: diante de Rei Pelé e em seu majestoso palácio da Vila Belmiro desfilou nobremente todo o seu estupendo talento e esbanjou categoria ao marcar dois gols antológicos dignos de ... REI !!!

O segundo chama-se RUBENS GONÇALVES BARRICHELLO, mais conhecido por RUBINHO. Este cidadão ganhou de presente no início do ano a chance de ouro que sempre quis na Fórmula 1: guiar um carro de ponta sem ter que ser escudeiro de ninguém. A temporada de 2009 começou e logo de cara o cidadão, que se dizia injustiçado, deixou passar a oportunidade de calar a boca de seus galhofeiros críticos - doce vingança tramada desde que percebeu que seu Brawn GP era mesmo um foguete de primeira linha - porque não conseguiu engatar marchas na hora da largada. Novas oportunidades surgiram e extremamente favoráveis ao antigo estilo de pilotagem bom-de-chuva de Rubens, e o que fez o cavaleiro da "triste figura" ? Nada, absolutamente nada a não ser chegar em posições intermediárias, longe do pódio que quase sempre estava recebendo em seu degrau mais alto justamente seu companheiro de equipe JENSON BUTTON. Mas, é lógico, desculpas esfarrapadas não faltaram...
Chega finalmente a quarta corrida do campeonato, ponto crucial para uma retomada de rumos , até para que a equipe Brawn não possa, por força das circunstâncias, ter que preterir Rubens à Button como primeiro piloto. E o que aconteceu ? Deu Button de novo. O inglês agarrou com unhas e dentes a oportunidade que lhe foi oferecida - a Fórmula 1 não costuma dar muitas - de mostrar que é competente, ao passo que nosso cavaleiro da triste figura continuou sua sina de resultados frustrantes, evidenciando que nem adianta dar para ele carro bom, ele jamais será um grande destaque na Fórmula 1. E é lógico que Rubens e os puxa-sacos globais vão pôr a culpa na "estratégia louca" de Ross Brawn que pode até ter atrapalhado, mas que em momento algum foi culpa primordial pelo péssimo desempenho do brasileiro à bordo de um carro tão bom. Mais uma vez, desculpas esfarrapadas não faltarão...

Portanto, meus caros, esse último domingo de abril foi responsável por nos mostrar finalmente que, em horas decisivas e com as melhores oportunidades que lhe foram dadas, os dois ERRES dos esportes mais populares do Brasil se transmutaram em dois PÊS: Ronaldo é o Príncipe, coroado com a benção de Rei Pelé; e Rubens é o Plebeu, restituído derradeiramente à função de escudeiro (ou de piloto 1B como ele prefere ser chamado), local de onde nunca deveria ter saído.